quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ano Novo, Vida Nova

Em todo o lado nos dizem que esta altura do ano é uma altura de mudança.
Que devemos fazer uma introspecção do nosso ano e até da nossa vida e é altura para fazer resoluções.
Se muitos dizem que é apenas um dígito que alteramos no calendário, a verdade é que há uma serie de pequenos gestos, nesta altura, que de alguma forma nos levam a sentir que, efectivamente, uma nova etapa se aproxima.
Trocamos de agenda, recebemos milhares de novos calendários, arquivamos pastas e criamos novas.
Eu própria, que não me lembro de alguma vez ter pensado "este ano vai ser diferente", "este ano é que vou fazer isto ou aquilo", que nem prometo uma boa dieta, nem que vou deixar de fumar, gosto de iniciar um novo caderno no primeiro dia (normalmente útil) do ano. Mais, gosto de iniciar novos cadernos, não apenas um. Um novo caderno no trabalho, onde aponto as minhas tarefas ou outros pormenores de que não me posso esquecer, um novo caderno onde escrevinho as minhas notas, frases soltas ou mesmo textos inteirinhos e um novo bloco de notas para andar perdido pela casa, onde aponto números de telefone, endereços de e-mail ou simplesmente a lista de compras a fazer no supermercado.
Se por um lado não guardo esta altura especifica para grandes introspecções e, muito menos, para planos de mudança, por outro, gosto de sentir o ano novo como se de uma lufada de ar fresco se tratasse.Uma tábua rasa para encher de novas historias, novas experiências, novos projectos.
Este vai ser um ano importante na minha vida e é com esse espírito que nele vou entrar.
Completo 3 décadas de existência, que, se por um lado parece assustador, por outro me deixa de alguma forma orgulhosa. Vou fazê-lo com muitos dos meus objectivos já realizados e orgulhosa do meu percurso.
Ainda assim, tenho novos projectos, para os quais estou muito motivada e que, se tudo correr como esperado, vão efectivamente começar a dar o ar da sua graça no ano que se adivinha.
No fundo, este é o primeiro ano que vou iniciar, convencida que efectivamente, será um ano de mudança. Estou ciente que terá muitos obstáculos e muitas dificuldades, mas também muito surpresas. Sobretudo para aqueles que me rodeiam, alheios a estes novos planos.
Só por isso, 2010 vai ser um ano em grande e disso não tenho dúvidas.
A vocês, 3 ou 4, que por aqui passam, espero que estejam com o mesmo espírito e caso não estejam, mesmo contra qualquer expectativa mais pessimista, vos desejo um FELIZ ANO NOVO!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009



Tenho essa secreta esperança que sim, que um dia me virás visitar.
Que percorrerás cada divisão, cada cantinho, cada armário, cada prateleira deste meu mundo. Desta minha vida que, aparentemente, cabe num T2. Que ao olhar pelas janelas, desde a cozinha, ao quarto, vejas que, afinal, meu mundo é enorme, é redondo, mesmo que às vezes não pareça.
Que transponhas todas as fronteiras, para descobrires uma nova cultura e novos hábitos. Os meus. Que nessa descoberta, te seja inevitável mostrares-me os teus, até, juntos, criarmos uma cultura única, com hábitos muito próprios e onde todos se sintam turistas numa grande viagem.
Que as minhas palavras se misturem com as tuas e assim, surja um novo dialecto, que muitos desconhecerão, que será difícil de aprender, mas que seja o nosso, só nosso.
Que descortines todos os meus mistérios e na ânsia de conheceres ainda mais e de compreenderes, me mostres os teus. E assim escreveríamos, os dois, um verdadeiro livro de suspense, com muitas páginas, demasiado pesado para que outros consigam chegar à grande verdade, escondida nesse surpreendente final.
Tenho essa secreta esperança que um dia me venhas visitar e que assim, unas o teu mundo ao meu e um novo planeta, com formas geométricas indescritíveis, se forme neste nosso sistema solar.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Está decidido!


Consoada em minha casa!
E, assim, consigo reunir toda a familia e convecê-los a esquecerem as zangas!
Não podia ter melhor presente.
Era o que me faltava para deixar que o espirito imbuisse em mim!


Feliz Natal a todos!!!

domingo, 20 de dezembro de 2009

É mais fácil morrer por uma mulher do que viver com ela.

George Byron

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Querido C.,

Escrevo-te, pelo simples motivo, de sentir saudades dos tempos em que se escreviam cartas.
Sinto a falta dos tempos em que não existiam e-mails, sms, nem sequer o corrector ortográfico. Esses tempos em que não se poupavam palavras, nem caracteres, não se utilizavam abreviaturas, nem letras desconhecidas do alfabeto português e tinha-se cuidado com a caligrafia. Não existiam relatórios ou recibos de entrega e não existiam pressas em receber uma resposta. O correio tardava, ainda não era azul e o carteiro tocava sempre duas vezes.
Tenho saudades das folhas coloridas e perfumadas, compradas na papelaria do Sr. Salvador, enquanto os meus pais preenchiam o totoloto. Folhas que enchíamos de coraçõezinhos e outros desenhos, só para dar força às nossas palavras.
Gostava desses tempos em que se podia dizer "gosto de ti" e esse era, literalmente, o seu significado. Não se classificava esse "gostar", não se dividia entre paixão ou amor, nem se mediam intensidades ou se calculavam objectivos. Gostava-se e pronto, só porque sim. Desconhecíamos expressões como "estou interessada", "isto é só uma curte" ou "uma amizade colorida".
Era giro ir para trás do pavilhão, que acreditávamos ser o grande esconderijo, onde, de forma inocente, jogávamos ao bate-pé, só pela esperança de que Aquele rapaz nos pedisse um 2 ou um 3.
Antigamente, ninguém perguntava se tínhamos Facebook ou Messenger, mas sim qual era a nossa turma, a nossa sala ou o nosso horário. Não dizíamos um "depois ligo-te" ou "mando-te uma mensagem", mas sim um "logo vemo-nos". E víamos! No intervalo das aulas, no café ao lado da escola ou no jardim perto de casa. E quando o interesse era mesmo grande, esperavam-nos à porta da sala, ao dar o toque de saída das aulas.
Noutras alturas, não existiam telemóveis e dar um número de telefone era já um grande compromisso. Porque era o de casa, não identificava o número e podiam ser os nossos pais a atender.
Não se ouviam expressões amarguradas como "os homens (ou as mulheres) são todos iguais", nem se faziam comparações, porque tínhamos ainda consciência que uma pessoa é uma grande descoberta.
Noutros tempos, não existiam, também, mensagens fora de horas e tudo podia esperar até amanhã. Não havia excesso de trabalho, nem falta de tempo. Não havia pressa de chegar, nem pressa de partir, porque o mundo estava ainda aos nossos pés.
Tenho saudades desses tempos, em que tudo era simples, fácil, espontâneo e autentico.

Beijinhos,
Nuance

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Superstições


Não me considero uma pessoa supersticiosa. Não me importa se passar um gato preto à minha frente (o mais provável é chamá-lo para lhe fazer uma festinha ou mesmo dar-lhe de comer), passo sem problemas por baixo de uma escada e não me assusta sequer, partir um espelho.

Não tenho nenhum talismã da sorte ou qualquer objecto a que me agarre quando sinta essa necessidade.


Ainda assim, de forma inconsciente, criei as minhas próprias manias sem grande justificação:


- Quando fiz exame de condução, não contei a ninguém, com receio que desse azar;
- Quando ainda estudava, não gostava que fosse algum amigo ou colega a ver nota. Como se o facto de ser eu a vê-la antes de todos os outros, fosse o factor de sucesso;
- Quando estou à espera de alguma mensagem ou telefonema importante, de manhã, só ligo o telemóvel depois de chegar ao trabalho, como se ligá-lo em casa ou no caminho o fosse avariar;
- Ainda não consegui decorar o caminho até à tua casa e todas as vezes penso em memorizar a localização no meu GPS, mas por algum motivo, nunca o faço, como se isso implicasse não mais lá voltar. Acabo por preferir fazer a má figura de te ligar, sempre, a meio caminho e mostrar-te esta minha capacidade para me perder e esta minha falta de orientação;
- Mesmo que saiba de antemão que vou dormir à tua casa, nunca preparo a trouxinha com a escova de dentes, o pijama e uma muda de roupa. Sinto que se o fizer, algo vai correr mal... Arrependo-me sempre na manhã seguinte.
- Quando estou à espera de uma mensagem ou um telefonema teu, afasto-me do telemóvel e distraio-me com outras coisas. Por algum motivo, acredito que se o telefone estiver ao meu lado, não vai tocar, e é por isso que nunca te atendo a tempo ou respondo imediatamente a uma mensagem.


Não tenho supertições baseadas em historias tradicionais, mas ainda assim, não deixo de ter essa irracionalidade, associada a crenças sobre causa e efeito. No fundo, no fundo, acho que mais que superstições, são formas de gerir expectativas.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Não sei se gosto do Natal

Quando era miúda gostava muito. Gostava, quando um mês antes, eu e o meu irmão, dividíamo-nos pela casa e, estrategicamente, procurávamos qual o esconderijo desse ano para os nossos respectivos presentes, na expectativa de percebermos se iríamos receber o carro telecomandado ou Barbie Bahamas, que nos eram impingidos nos anúncios do intervalo do Clube Disney. Hoje não gosto, quando, eu e mais umas centenas de peesoas, nos dividimos estrategicamente pelas zonas do colombo, na expectativa de encontrar escondida a prenda ideal, impingida pelas pressas, a multidão, as montras e o consumismo.

Quando era miúda, gostava da forma como conseguia ludibriar toda a gente, comendo, antes da consoada, como estava proibida, o Pai Natal que tinha ido com o coelhinho no comboio ao circo, e que a minha avó colocava na arvore, e como conseguia deixar a respectiva pratinha quase com o mesmo formato que tinha antes. Hoje, não gosto, quando os fornecedores muito "simpaticamente" me enchem de Ferrero Rocher's.

Quando era miúda gostava muito. Gostava quando nos juntávamos todos e parecíamos muitos. Quando os meus bisavós ainda eram vivos, quando o meu pai e o meu avô ainda se falavam. Hoje odeio o facto de ficarmos cada um para seu lado, de termos que determinar em agenda, se comemos o bacalhau na minha avó ou o perú nos meus pais. Não gosto da forma como, egoistamente, não tentam sequer tolerar-se nessas ocasiões, só pelo bem estar da restante família. Há coisas que ainda gosto muito.

Gosto dos encontros de ultima hora, no dia 24, para a troca de lembranças. Gosto do abraço dos meus verdadeiros amigos, que não duvido que, mais que um Bom Natal, me desejam uma boa vida. Inteirinha. Detesto o boom de mensagens e mails com frases feitas e, grande parte das vezes, muito pouco sinceras. Vindas de quem pouco se importa.

Não acredito no menino Jesus, na Virgem Maria, nem na estrelinha desses reis magos. Não acredito nas solidariedades de última hora, nas casa mais arrumadas e enfeitadas, nos sorrisos de quem finge que é feliz, só porque é suposto nesta altura.

Não sei se ainda gosto do Natal.

Apesar de tudo, acredito ainda que te posso desejar a ti um Feliz natal, porque a ti te desejo uma, muito muito feliz, vida, inteirinha!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Marioneta


Olho para ti e, agora, acho-te patético.
Acho patética a forma como te deixas levar de braços cruzados, vês a vida a passar, à espera que alguém te estenda um braço.
Pedes-me que te estenda a mão e te tire, eu, dessa prisão, essa prisão que mais não foi que uma opção.
Confesso que ainda me custa. Custa-me que penses que posso ser eu a tua bóia de salvação, quando fui já o teu porto seguro, que possa ser a pincelada de cor de que tanto precisas, quando me fizeste crer que era um autêntico quadro, que possa ser o teu pensamento do dia, quando, juntos, fomos já um livro.
Levei anos a perceber. Não entendia porquê as mensagens fora de horas, porquê as chamadas fora de tempo.
Porquê a voz doce, num dia, reclamando saudades e a voz amarga, no outro, proclamando ofensas.
Às vezes, no auge da minha saudade, o meu lado mais fantasioso e as tuas palavras mais doces, faziam-me acreditar que era amor. Só podia ser amor. Um amor tão grande, tão grande, que tocava no seu maior extremo, transformando-se em puro ódio desmesurado. Só isso podia justificar seres capaz de tanto me magoar. Tu, aquele que eu jurava ser o mais correcto, o mais honesto. Aquele que eu via como o meu protector, o meu mentor, o meu amor.
Só agora, que consigo distanciar-me, percebo que não, que o teu sentimento não era esse, mas sim, e apenas, o de posse.
Como um menino mimado, tinhas o teu novo brinquedo e era esse que querias explorar. O antigo estava guardado, mas dele, ninguém se podia aproximar. Assim o deixavas, na prateleira, semi-abandonado, não fosse o novo enjoar.
No fundo custa-me, custa-me que não me reconheças e acredites ainda que posso ser a tua marioneta. Que ainda me podes controlar, usar e abandonar.
Mas ainda mais no fundo, acho-te patético, porque nem a tua vida, tu consegues controlar e nenhum dos teus sonhos, sequer tentas conquistar.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Visita guiada ao meu mundo

Nasci em Junho, o que faz de mim uma pessoa do signo gémeos e faz com que as pessoas me digam que sou difícil, imprevisível e que tenho duas personalidades. Acho que são tudo balelas e sou como qualquer outra pessoa, que tem os seus dias e os seus humores. Não acredito nessas coisas, mas confesso que quando as previsões são boas, me apetece acreditar. Acho que está na natureza humana essa necessidade de nos agarrarmos a alguma coisa e que foi por isso que alguém inventou um dia esse ser superior chamado Deus, capaz de fazer justiça na sua omnisciência, omnipresença e omnipotência. Acredito que esta invenção serve apenas para acalentar esperanças àqueles que nem sempre acreditam em si próprios. Apesar das minhas inseguranças, acredito que o destino, de que tantos falam, somos nós que o fazemos.

Os meus pais dizem que era uma criança difícil. Nunca obedecia a nada, tinha já as minhas opiniões muito bem formadas e passava a vida a fugir. Piscavam os olhos e já eu tinha desaparecido. A pouco e pouco, foram-se apercebendo que as minhas decisões, enquanto criança de 3, 4 ou 5 anos não variavam assim tanto e o mais provável era ter fugido até à abelha maia que estava na rua ao lado. Na 3ª classe dei-lhes o maior problema ao ser expulsa da escola primária que frequentava. Já com 8 anos tinha esta mania de escrever aquilo que pensava e resolvi enviar uma carta de "amor" à besta da professora que tinha. Fui tão castigada e envergonhada que durante anos me recusava a falar no assunto. Quando fiz 18 anos, o meu pai devolveu-me essa carta e confessou-me que, apesar do castigo que se sentiu obrigado a dar, com receio de dar mais força às minhas travessuras, nunca se tinha sentido tão orgulhoso de mim. Disse-me, então, que nunca pensou que, com 8 anos, eu fosse capaz de fazer tão brilhante descrição, sendo capaz de forma simples e directa descrever tal personagem esteticamente, intelectualmente, afectuosamente e moralmente. A minha carta dizia: " A senhora professora é feia, burra, má e puta!".

Tenho uma relação estranha com o meu pai. Não me lembro nunca de termos dado um abraço ou sequer de me ter pegado ao colo. Em adolescente, criei esta ideia de que estávamos permanentemente em guerra aberta. Só em adulta percebi que é incapaz de me dizer que não, que ficou doente os 6 meses em que fiz Erasmus e confessou-me há pouco, que desde que saí de casa, se pergunta quanto tempo vou tardar a voltar. Irracionalmente, acalenta essa esperança.

Escusado será dizer que duas das coisas que mais gosto de fazer, são ler e escrever. São uma verdadeira paixão. Assim que comecei a aprender a fazê-lo, enquanto as minhas amiguinhas sonhavam em ser cabeleireiras ou secretárias, eu afirmava já que seria escritora. Com o tempo, percebi que para isso é necessário talento e calculando os meus riscos, acabei por optar uma ciência exacta, onde sabia que tinha bons resultados e, assim, segui finanças.

Quando comecei a trabalhar, assim que tocava o despertador, levantava-me da cama num ápice, como quem tem que se despachar porque vai encontrar-se com o amor da sua vida. Essa fase de enamoramento durou cerca de um ano, até ao momento em que as minhas tarefas deixaram de me dar algo para aprender e passei de um chefe fantástico para uma verdadeira besta. Continuo a adorar a empresa em si e a equipa fantástica que me rodeia. Adoro o facto de poder dar uso ao meu poliglotismo, de que tanto gosto de me gabar, e de estar rodeada de projectos apaixonantes e ideias brilhantes. No entanto, sinto muitas vezes que estou no sítio errado e que não é aqui que vou ser feliz.

Há 7 anos que não me apaixono, mas a verdade é que ainda acredito no amor. Só não sei se acredito que este possa efectivamente durar para sempre, como tantos insistem em apregoar, mesmo perante as taxas de divórcio a disparar.Tive duas relações duradouras.

Nunca sonhei em casar. Já com 11, 12 anos pensava como ficaria ridícula, sendo já mais branca que a cal, num desses vestidos brancos. Não sendo católica, achava já que seria hipócrita se casasse numa igreja. Sendo tímida, não me imaginava um dia inteiro com as atenções viradas para mim. Vi uma vez, numa serie americana, um casal, que celebrou esse compromisso, escrevendo os tais "votos" que por lá se usam, num post-it, assinando por baixo. Só os dois, sozinhos, fazendo juras de amor eterno. Achei que era uma das coisas mais românticas que já tinha visto. Identifico-me muito mais com um momento intimo a dois para celebrar esse tipo de sentimentos, caso existam, do que com um copo de água com duzentas pessoas e eu vestida de suspiro. Se um dia, tiver tamanha certeza, é isso que quero para mim.

Gostava de poder continuar esta visita guiada, mas vejo agora, à medida que escrevo, que o meu mundo é imenso e que seriam precisas muitas mais viagens para to mostrar inteirinho. Não são estas as únicas atracções desta minha cidade, mas seria preciso muito mais tempo para a explorar e visita guiada que se preze, tem que ter principio, meio e fim.

Talvez um dia, te fale nessas outras coisas que me pertencem. Hoje ficamos por aqui, com esta pequena amostra... espero que tenhas gostado.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

AMIGAS

Passo a vida aqui a queixar-me dos meus probleminhas de treta.
Ou é o trabalho ou a vida amorosa ou, na falta, o que me der para inventar.
Concentro-me tanto nestas merdinhas que me esqueço das coisas boas que tenho na vida.
E há uma delas que tenho como ninguem! Ninguem tem amigas como eu! Não tenho dúvidas que sou a pessoa com mais sorte à face da terra e melhor não podia ter arranjado!
Têm uma paciencia de santo para aturar as minhas "tonterias", tem sempre uma palavra a dizer e compreendem-me como ninguém.
Conhecemo-nos há muitos muitos anos, vivemos muitas aventuras juntas, tivemos as nossas quezílias, mas mantivemos sempre esta proximidade singular.
Actualmente, vivemos fases muito diferentes das nossas vidas e, ainda assim, não há pessoas que não me compreendam melhor.
Mesmo sem laços familiares, acho quemos o nosso Q de sindrome de irmãs gemeas. Quando uma tem dores de estomago, eu sinto-me esquisita! Talvez esteja a exagerar, mas é verdade que sinto as suas dores e, egoístamente, sabe muito bem saber que sentem as minhas!!!

Esqueço-me de dizê-lo as vezes necessárias, mas:

My friends, you are the best!!!!

Ups!!!


Já liguei o complicómetro!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mãos ao ar!!!


Às vezes ainda acredito que a solução está em mim. Que encontrarei, um dia, a frase perfeita.


Aquela que te grite:

- Mãos ao ar!

e te deixe totalmente desarmado.


Aquela, cujas palavras sejam tão fortes e poderosas que afugentem até os mais assombrosos fantasmas. Os teus, os meus e os dos pobres coitados que por ali estejam a passar, naquele momento, por um mero acaso.


Aquela que seja tão mágica que te hipnotize e te leve a este meu trilho, onde caminharemos de mãos dadas...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009


Pode parecer estúpido, pode parecer imaturo, pode até parecer masoquista... mas ainda não consegui decidir se esta é a hora de desistir!


Há dias, ouvi-te dizer que achavas parvo que as pessoas considerassem como um dos seus defeitos, a persistência. Achavas que era um resposta politicamente correcta, como quem responde a uma entrevista de trabalho. Porque, dizias tu, a persistência é uma qualidade...

Quase que aposto que não te lembraste de mim e daquilo que sou capaz quando ponho uma coisa na cabeça.


E o pior, é que meti isto na cabeça e não sei se me conseguirás tirá-la. Acho que não vou descansar, enquanto não te tirar a ti, aquilo que puseste tu, na tua cabeça!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

As gajas e os pormenores


Nós as gajas temos este defeito, agarramo-nos muito aos pormenores.

Tenho uma amiga que me diz muitas vezes, temos que ver a floresta no seu todo, não nos podemos centrar num único ramo ou numa única folhinha.

Passo a minha vida a fazê-lo e muitas vezes de forma voluntária.

Na floresta há bichos, há folhas estragadas, há coisas menos bonitas, por isso, eu prefiro agarrar apenas nessa bela flor, que por ali anda perdida, e esquecer tudo o resto...

Mas não há volta a dar, a flor vale um milésimo do resto do mundo, tem prazo de validade e muito pouca utilidade no resto desse ecosistema.

São as raizes das arvores que sustentam a terra, são as folhas verdes que emitem oxigénio, são as folhas velhas, que caem, que adubam o terreno, para dar ainda mais vida a tudo o resto.

Eu preferi esquecer todos esses pormenores e acreditei que, apenas com a pequena flor, seria capaz de sustentar todo meu sonho, arrancando-lhe cada pétala, a cada crise de saudade, ansiedade, a cada devaneio. Recusei-me a olhar para o resto. Para imensidão dessa floresta, que trazia muito mais e na qual eu e a minha flor eramos mesmo mesmo muito pequeninas...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pessoas que fazem estragos


Conheço bem essa especie, das pessoas que fazem estragos.

É a pior espécie. É a que aparece quando menos se espera, é que aparece de mansinho, é a que nos faz perder a cabeça.

Conheço bem. É uma sina.

Levei 7 anos a livrar-me duma e, agora, que me sentia livre e prontinha para recomeçar, surge-me uma outra.

Outra que não conheço, mas que de forma indirecta faz estragos ainda maiores.

A 1ª ainda tinha as suas vantagens. À primeira eu podia chamar nomes, podia usar como desculpa para todos os meus fracassos, podia usar como escudo para os meus medos, podia usar como desculpa para minha insegurança.

A esta só posso chamar de empecilho. O resto desconheço. Se calhar até é gira, se calhar até é simpática, se calhar até é boa pessoa, se calhar até valem a pena os estragos que faz.

Esta, a mim, não me serve para nada, senão para aumentar a minha frustação.

Só lhe posso chamar parva, se esses estragos forem sinónimo de não te dar aquilo que queres, porque eu, no meu mais perfeito juizo to daria, de mão beijada.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Casos mal resolvidos

Andava tão ocupada, tão virada para mim própria, tao absorta nas palavras, que não vi…

As minhas preocupações eram a ponte a saltar, o degrau a subir, como ultrapassar este ou aquele obstaculozinho. Uns maiores que os outros, mas eu, qual super mario, sentia-me capaz de os transpor a todos um a um, até chegar ao tesouro perdido. Perdia algumas vidas, quando saltava cedo demais, mas sempre ia ganhando uma outra moedinha, munida, pensava eu, de super poderes, que nível a nível me fariam chegar à final.

Tão absorta que estava nesssas pequenas conquistas e nesses saltinhos, na corrida contra o tempo, que só depois, de repente, percebi. Não era um tesouro escondido o grande desafio, não era pincesa raptada o objectivo final, não era o super mario, este jogo que estava jogar. À minha frentre estava uma grande muralha. Tão grande como a da China. Cercava-te a ti e os meus super poderes não chegam para transpô-la. Durante muito tempo, tive uma igualzinha e por isso sei, de cor e salteado, o que é preciso para destruí-la e deixar que outros nos acerquem.



Tal como tu, esperei anos, que alguém viesse, munido de canhões e munições para destruí-la. Mas todos nela esbarravam, sem que esta estremecesse um milimetro que fosse. E durante anos, a mesma crescia e fortificava-se, com as memórias, as recordações, as fantasias. Com que foi e já não volta. E eu cimentava cada tijolo, com os meus sentimentos, com as minhas fantasias, com os planos feitos e totalmente gorados. Redimensionava toda a realidade, romanceava todo o meu passado., a um simples contacto daquele que havia originado tamanho obstáculo. Só há pouco percebi, que esse poder está em nós próprios. Só há pouco que a muralha é feita de medos e não de sonhos. A origem é a mesma, as tais recordações, os tais planos gorados, mas o que a mantém não é a vontade de ficar, mas sim o medo de perder.



Para isso não tenho poderes. Não há crédito no jogo, palavra no texto ou momento proporcionado que cure esse mal.



Só depende de ti!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Delicioso!!!

CARTA A OPHÉLIA QUEIROZ – 25 DE SETEMBRO DE 1929


Exma. Senhora D. Ophélia Queiroz:

Um abjecto e miserável indivíduo chamado Fernando Pessoa, meu particular e querido amigo, encarregou-me de comunicar a V. Ex.ª — considerando que o estado mental dele o impede de comunicar qualquer coisa, mesmo a uma ervilha seca (exemplo da obediência e da disciplina) — que V. Ex. ª está proibida de:
(1) pesar menos gramas,
(2) comer pouco,
(3) não dormir nada,
(4) ter febre,
(5) pensar no indivíduo em questão.

Pela minha parte, e como íntimo e sincero amigo que sou do meliante de cuja comunicação (com sacrifício) me encarrego, aconselho V. Ex.ª a pegar na imagem mental, que acaso tenha formado do indivíduo cuja citação está estragando este papel razoavelmente branco, e deitar essa imagem mental na pia, por ser materialmente impossível dar esse justo Destino à entidade fingidamente humana a quem ele competiria, se houvesse justiça no mundo.

Cumprimenta V. Ex. ª

Álvaro de Campos

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"Trago-te debaixo da minha pele. Apanhaste-me desprevenido. Atingiste-me o coração, pecado meu. E agora é tarde para tudo senão para escrever. O teu coração tão branco a bater perto de mim. Embora o não ouvisse sei que estava lá".

Pedro Paixão, in "Ladrão de fogo"

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Autocarro



Hoje em dia não se gosta, “fica-se”, como dizem os brasileiros. Não há borboletas no estomago, nem nó na garganta. Não há a voz que treme no telefonema que ansiámos e temos medo de estragar. Não há a mensagem que hesitamos se enviamos ou não, se pomos a virgula ou não, se a palavra é a correcta ou não. Não há nada a perder. Não há passos em falso, não interessa o caminho, não há precipicio. Para “ficar”, há muitos! Se perder este autocarro, em apenas 5 minutinhos (ás vezes mais, que a Carris atrasa-se muito) chegará o próximo.


Hoje, quando se gosta de alguém, mesmo que seja só assim um bocadinho, instala-se o pânico. Instala-se o pânico dos intervenientes, o rapaz e a rapariga, e de todos aqueles que estão à sua volta.


O rapaz assusta-se “vê lá que ainda te apaixonas”, a rapariga treme “ai que não me posso apaixonar, não posso mostrar, não posso ansiar, ai que ele só quer “ficar””. Os outros preocupam-se “Não vás por aí, que isso por aí magoa! Faz como nós! Até podes casar, até podes ter filhos, gostar é que não!”. “E não te deixes pisar, não aceites migalhinhas, não sintas! Sê um robot! Espera 3 dias para enviar mensagem e a segunda só envias, 2 dias depois da resposta. Calcula tudo milimetricamente, não ouses sentir nada, nem sair do carrilho”. E lá vamos todos, uns atrás dos outros, como uma manada, nesse caminhozinho sem desvios.


Aquele que, inevitavelmente, sente as borboletas no estomago, passa a ser o frágil, o vulnerável, o retrógado. Aquele que esquece os milimetros dos seus passos, que quebra todas as regras, passa a ser fraco, pouco inteligente e, imagine-se só, perde a frieza e a racionalidade.


A excepção confirma a regra e lá se permite uma borboleta ou outra, mas só uma, que o estomago é fraco e tem que se aguentar ao McDonalds desta vida. E com prazo. A borboleta deve ficar no casulo, pelo menos, um ano! Borboleta depois de um único encontro, de todo! Nem que seja pela pessoa mais interessante do mundo, nem que seja o encontro mais giro do século! Venham Brad Pitts ou Kevin Costners, borboletas só no auge da loucura e, sobretudo, depois de se ter a certeza, certezinha, de que se é correspondido!

- Não sabes falar deste assunto que a mim tanto me interessa, mas que afinal nem ao menino Jesus interessa, vai mas é à tua vida!


- Não queres ver o mesmo filme que eu, desampara-me a loja!
- Não ouves esta música, não me serves para nada!
- Vou mas é esperar pelo próximo autocarro já, antes que o perca e a Carris entre em greve!

Eu sinto borboletas no estomago. Tenho um nó na garganta, só por isso. Falo demais para o tentar desfazer. Deixei de ser moderna, despreendida, porreira….
Não quero outro autocarro, quero este! Quero conhecer os seus bancos um a um e retirar as borboletas do casulo. Quero olhar por todas as suas janelas e quebrá-las, em caso de emergência. Este sim, é confortável. Este sim, tem Ar Condicionado, piso rebatido, música ambiente.
Mas vem o pica e pergunta: “ A menina tem passe?”. E eu não tenho. Ainda não mo deste. Com borboletas, não tenho direito… E o bilhete não dá para as 7 colinas, só permite a viagem na zona 1.

E assim me forçam a sair e a pagar multa!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Eu e as putas


Agora tenho esta mania. Chamar puta a tudo! Falar da puta da vida, tem muito mais impacto e soa a muito mais desgraça ou descontamento ou lá o que seja, do que falar apenas da porcaria da vidinha!

Lesse a minha avó os meus textos e levaria já com a lengalenga habitual "Ai filha, que uma menina não fala assim!" e, aproveitando a deixa, por aí continuaria, "Ai filha, que uma menina não se senta assim, não anda assim, não se veste assim. Uma menina deveria ser prendada, aprender a lida da casa e, sobretudo, aprender a bordar. Já que foi assim que a bela-adormecida se picou, para adormecer durante 100 anos e encontrar o seu principe encantado". Qual carreira, qual viver sozinha, qual sexo antes do casamento? Eu devia era estar quietinha, no baile, à espera que o rapaz de boas familias me convidasse para dançar.

Depois vêm as minhas amigas. Como sabes, está na nossa natureza debater qualquer assunto com as nossas amigas mais intimas. Debatemos tudo, tudinho, desde do gajo giro que se mudou para o nosso lado, como os sapatos pirosos da pirosa da nova namorada do nosso ex. Debatemo-lo como se de um assunto de estado se tratasse. Como se disso dependesse o mundo e a sua camada do ozono.Com estas, a lengalenga não é assim tão diferente, "não digas puta, não digas merda, não faças isto, não escrevas aquilo. Não é com vinagre que se apanham moscas".
Dizem-me para não te escrever, para não te ligar, para não te atormentar. No fundo, dizem-me o mesmo que a minha avó, que eu deveria era estar no baile, quietinha, à espera que me convidasses para dançar!

Mas, bolas, eu não sei ser assim... Não consigo ficar de braços cruzados. E esta é, neste momento, a única arma que tenho, escrever-te. São tantas as distracções e tarefas na tua vida, que sinto que tenho que captar e manter a tua atenção, de alguma forma.
Não sei cantar, não sei dançar, não sou nenhuma estampa. Conseguisse eu e já haveria por aí noticias sobre a miuda que andava a fazer o pino na tua rua.

Arrependo-me dos ultimos mails que te mandei. Leio-os e fico orgulhosa da minha escrita, porque que acho que, aquele da desistente, está mesmo muito bem escrito. Leio-os e finjo ficar orgulhosa, finjo que tenho personalidade. Personalidade, o tanas! Ate a posso ter, mas tudo o que ali está não é mais que a puta da minha insegurança! Gostava de escrever o texto mágico que o apagasse, gostava de te dizer que aquela não sou eu e que tenho uma boa desculpa para o devaneio emocional. E até tenho! E tu conhece-la bem. Volto a reler e penso que, pelo menos, ficas já a saber o que sou, insegura! Que comigo nao há supresas...
Mas sinto que o mostrei com demasiado enfase, porque acredites ou não, eu até tenho muitos outros lados e bem simpáticos. Apesar da porcaria do mail de que me arrependo/não me arrependo, até sou uma miuda porreira... e é essa a parte que te quero mostrar...

Sinto que quebrei as regras do jogo, apesar de não saber conscientemente quais são, nem de que jogo se trata.Tento seguir o conselho das minhas amigas e tento não te escrever mais. Mas são 3h da manhã, tou com os copos e, agora, sinto que não tenho nada a perder.
Amanhã, durante a ressaca vou pensar, "Ai Meu Deus que já deve achar que sou maluca! ai Meu Deus que o homem não tem tempo! Ai Meu Deus que sou tão chata (tb palavra proibida, segundo as minhas amigas)! Ai Meu Deus, a puta da minha insegurança, a puta da minha impulsividade e a puta minha da falta de auto-controlo!". Definitivamente, esta mistura de Deus com putas, não seria aprovada pela minha avó! Que grande sacrilégio o meu!

Também tudo o resto não seria aprovado pelas minhas amigas, grande sacrilegio o meu, voltar a escrever-te!

domingo, 22 de novembro de 2009


Todas as cartas de amor são

Ridículas.

Não seriam cartas de amor se não fossem

Ridículas.


Também escrevi em meu tempo cartas de amor,

Como as outras,

Ridículas.


As cartas de amor, se há amor,

Têm de ser

Ridículas.


Mas, afinal,

Só as criaturas que nunca escreveram

Cartas de amor

É que sãoRidículas.


Quem me dera no tempo em que escrevia

Sem dar por isso

Cartas de amor

Ridículas.


A verdade é que hoje

As minhas memórias

Dessas cartas de amor

É que são

Ridículas.


(Todas as palavras esdrúxulas,

Como os sentimentos esdrúxulos,

São naturalmente

Ridículas.)


Álvaro de Campos, 21/10/1935

sábado, 21 de novembro de 2009

"O curso do verdadeiro amor jamais flui suavemente."
William Shakespeare

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Diz que este blog é sexy...


Obrigada Enfant, pelo elogio!

A vida ao contrário


Num filme, uma personagem, um ex-combatente do Iraque, durante o sono, um sonho, tenta asfixiar a própria namorada, que dorme tranquilamente ao seu lado. Não é ela que ele quer asfixiar. Ele não é um psicopata que asfixia pessoas. Ele estava a sonhar, a reviver os seus traumas e sem ter consciência, numa tentativa desesperada de sobrevivência é ela a pessoa a quem ele tenta matar.

No big brother, o Zé Maria. O Zé Maria queria, não 15, mas 5 minutos de fama. O Zé Maria queria fugir da sua rotina, da sua vidinha, no Alentejo. O Zé Maria não sabia como relacionar-se com os outros do grupo. Enquanto destes se afastava, cuidando das galinhas, Portugal inteiro conquistava. Eufórico pelo 1º prémio, mas não sabendo gerir o conquistado, perde a sua aquisição, a sua fama, até, desesperado, tentar suicidar-se na 25 de Abril.

O meu ex-namorado, aquele que durante anos foi o amor da minha vida. Aquele a quem escrevi cartas e cartas, de amor, de saudade, de apreço. Aquele que nunca lhes ligou, por vezes, nem sequer as abriu, encanta-se, agora, com os textos que não são para ele. Elogia-me agora, que já perdi o interesse.

Fernando Pessoa e a sua Ophelia. As cartas que até hoje inspiram e encorajam os românticos de todos os tempos.
Cartas essas fruto de uma sua ilusão. Ophelia tinha outro, tinha um namorado. Uma relação séria. Respondia às suas cartas por pura cortesia. Quando lemos "por favor, Bebé, não me deixe de escrever", estamos a ler o seu desespero. Quando lemos que a achou abatida na sua ultima carta, lemos a sua tristeza por não ser correspondido. Percebemo-lo ao lermos uma das últimas cartas, carregada pela sua sua fúria, porque Ophelia, mesmo depois dos seus lindos devaneios, continua a preferir o namorado e a escrever de forma fria e distante, como "um relatório" chama-lhe ele. Através de um dos seus heterónimos, Álvaro de Campos, Pessoa assume a sua fraqueza e mostra-nos como sente que cai no ridículo, ao escrever essas ridículas cartas.

Identifico-me com estas personagens.
Como o ex-combatente, inconscientemente, asfixio aqueles que não são o verdadeiro fruto da minha desilusão.
Como o Zé Maria, aspiro muito pouco. Escrevo uns textinhos, para fugir à rotina, recebo uma resposta ou outra e que feliz que fico, só por ganhar 5 minutos de existência. Chego um pouco mais longe e não sei geri-lo. Suicido-me no desespero de ter um pouco mais, de manter e captar as atenções.
Como o meu ex-namorado, encantam-me os textos, as cartas que não para mim e, finalmente, como Fernando Pessoa, faço um romance onde ele não existe. Também tenho o meu Álvaro de Campos, que compreende o ridículo da situação, mas, por vezes, a escrita ganha vida...

Deixei cair uma peça do dominó e, na tentativa de agarrá-la a tempo, derrubo todas as outras, até desconfigurar completamente a verdadeira imagem que representam.
Tudo fica ao contrário, tudo fica do avesso e já não há volta a dar...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tendencias...




Borro sempre a pintura!


Exagero sempre no diluente de má qualidade para minimizar os estragos

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Desafio Revelações




Esse petit enfant vraiment terrible colocou-me um desafio que consiste em completar 5 frases e dessa forma revelar um pouco mais de mim.

Eis as minhas 5 Revelações:

a) Eu já concretizei um grande grande sonho!
b) Eu nunca estou satisfeita!
c) Eu sei a teoria toda, mas nunca a aplico na prática!
d) Eu quero Tudo e Já!
e) Eu sonho o tempo todo...

Parece que agora tenho que passar este desafio a outros bloggers, assim, desafio:
- Ritita;
- Gurozen;
- Miss Complicações;
- O Coimbra (pelo teu regresso!)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Nada é irremediável


Nada é irremediável!


Irremediável é esta minha vontade de intensidade, esta minha vontade de que algo aconteça. E que depois algo mais aconteça, e, ainda mais uma vez, volte a acontecer.


Irremediável é esta minha vontade de atingir o limite, de chegar ao precipício.


Irremediável é esta minha vontade de escrever a frase que aguarda ser escrita. A frase que te eleve ao espanto, que te traga de volta das sombras, que estilhace esse teu silencio.
Esse teu silêncio que me atinge de estilhaços. Estilhaços carregados de mensagens, preenchidos pelo cansaço, repletos de respostas. Respostas que sabem a desafio, que me dão ainda mais força para procurar a junção de palavras que chegará, mas agora está esquecida. Os verbos e substantivos que aproximam, que desarmam, que surpreendem.


Escrevo e rescrevo e volto a escrever, na esperança de lembrar, até cair nesse precipício, ainda antes de o conseguir. Relembro ao cair e volto a esquecer, volto a esquecer o que quero de ti e a lembrar que de ti nada quero.


A ti, só te quero elevar ao espanto!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Extremos

Há aqueles que têm a teoria de que deve haver sexo num primeiro encontro, para verem se são compatíveis.
Eu acho que deveríamos mostrar logo logo, todos os nossos defeitos e então sim, veríamos se somos compatíveis...
O sexo também é importante, mas dizem por aí que só vale 10% numa relação, se a coisa correr bem, 90% se a coisa correr mal... O resto tem concerteza uma percentagem muito maior...Talvez fazer as duas coisas ao mesmo tempo não seja má ideia.

Eu tenho um grande defeito, vivo tudo muito intensamente. Não sei viver de outra forma e gosto de ir até ao extremo.Só que os extremos têm um problema, os extremos tocam-se...
Sou tão corajosa, às vezes, que essa minha coragem me assusta.
Quero tanto surpreender com os meus textos, que os torno fúteis e enfadonhos.
Quero tanto vencer a minha timidez, que, cobardemente me escondo...
Quero tanto 5 minutos de atenção, que me despeço antes de os ter...
Tenho tanto medo do que me possas ter respondido por e-mail, que odeio o facto de não o ter recebido...
Quero tanto mostrar que sou interessante, que pareço parva...
Tenho tanto medo do fim, que termino o que quer que seja, antes de o começar...

Sabes qual é a merda disto tudo? O problema disto tudo é que tenho saudades tuas. Tenho saudades e não me sinto no direito de as sentir, de te dizer... Que direito me deste tu de as ter?

Para resolver o meu problema, que grande ideia a minha, escrever-te um mail mostrando-me uma verdadeira cabra. Um texto que te faça pensar que sou parva, estúpida, não tenho nada a ver com a tua vida, que te faça odiar-me, que te assuste e, assim, me faça, a mim, perder a coragem de te escrever outra vez e elimine duma vez por todas essa saudade... Não tenho coragem de dizer-to, por isso, escrevo a porcaria dum texto, onde o tento pôr nas entrelinhas, mas onde afinal tudo soa à cobrança que não quero fazer...

Era certinho e sabido que me ia arrepender a seguir...

Tenho medo que esta saudade estrague tudo, quando aquilo que quero é uma boa recordação. Por isso, destruo a boa recordação, escrevendo o que escrevi... Também tenho este defeito... antecipo-me!

Os extremos tocam-se, facilmente chegas de um lado ao outro. Facilmente encontras na extrema direita um idealismo idêntico ao da extrema esquerda, mas escrito, defendido, argumentado, como se duma coisa totalmente diferente se tratasse...

E isso é o que me acontece... Só te quero dizer que tenho saudades tuas e acabo por dizer que às vezes não gosto de ti... O que é a mesma coisa, mas escrito de forma diferente! Quero lá saber do jogo de futebol, quero lá saber se respondes às mensagens! O que eu queria mesmo mesmo, era estar contigo!

Não sei ser como essas gajas que fazem joguinho. Que mandam uma mensagem com pergunta para obrigar a uma resposta, que fingem esquecer-se de qualquer coisa no carro ou na casa da outra pessoa, para pretexto de reencontro, que fingem ser o que não são até os "deixar pousar". Quero que me liguem só porque sim, só porque têm vontade! Mas às vezes parece-me que essas parvas é q a sabem toda, que essas parvas é que são inteligentes. Vão de pantufinhas e saem nos seus maiores saltos! E eu vou com a porcaria das sandálias que chinelam nas tuas escadas e saio de patins!!!

E mais uma vez, chego ao extremo inverso daquilo que queria: escrevo-te outra vez, depois de me ter despedido, escrevo-te um texto enfadonho, escrevo-te a justificar-me! Não quero ser assim, mas hoje é mais forte que eu!
Realmente não sei como escrever isto num texto minimamente interessante, porque não me parece nada interessante a mensagem em si!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Às vezes, não gosto de ti...

Cansa-me ter que estar sempre no auge da minha genialidade para conseguir captar a tua atenção; sinto uma grande recompensa quando me reconheces essa genialidade.

Tenho medo de te ligar para, pura e simplesmente, dizer, "bora tomar um café"; ninguém, como tu, me dá a coragem para te escrever e dizer, absolutamente tudo, o que me apetecer.

Ignoras os meus textos mais lamechas; reages sempre aos meus textos mais revoltados, que têm muito mais a ver comigo.

Desapareces facilmente no meio dos teus projectos; atrai-me a forma como as ideias, para fazeres ainda mais, não param na tua cabeça.

Não sei lidar com o facto de seres tão diferente de todos aqueles que conheço; nunca teria interesse em conhecer-te se não te achasse tão diferente.

Assustam-me as tuas pressas; as tuas pressas fazem-me sentir que tudo é uma fantástica aventura ou um grande desafio.

Contam-se muitas histórias a teu respeito, grande parte, muito pouco abonatórias; acho espectacular que tenhas tantas e tantas experiências.

Nem sempre concordo com as tuas teorias; muitas vezes, sinto o que escreves e escreves o que sinto.

Às vezes, não gosto de ti... Às vezes...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

E se me apaixonar?

Acabei de descobrir esse segredo, que tu, obviamente, já desvendaste há muito, que é o poder que podem ter as nossas palavras.
Descobrir que as minhas palavras podem surtir o efeito de alguém querer beijar-me como nas novelas é um reconhecimento enorme da minha escrita!
A descoberta desse poder deu lugar a uma grande euforia e a uma grande motivação.
De repente, dei por mim a não querer fazer mais nada do que escrever e a tentar perceber quão longe isso me pode levar. E a escrever cada vez mais e, na minha modesta opinião, melhor.

Contigo quebrei todas as regras e tive várias iniciativas, que não teria neste casulo onde vivia. E aí fiz outra descoberta, que quebrar as regras pode ter as suas recompensas. A partir daí, o meu principal plano foi passar a não fazer planos! Outra descoberta que deu lugar a euforia e que me fez perceber que a vida tem muito mais a oferecer e que podemos ser muito mais, se formos capazes de viver sem "medinhos".
Porquê recuar agora? Porquê voltar a ter medo. E se os bons momentos derem lugar a outros sentimentos? E se esses bons momentos derem lugar a um desgosto? Agora acredito que se continuar a ter estes receios, a minha vida continuará cinzenta, ou preto no branco, que é um bocadinho melhor, mas ainda assim muito triste.
Agora descobri que quero cor, quero arriscar, quero viver!

Continuo a ter sede de te conhecer ainda melhor, de saber que manias tens mais, que coisas te entusiasmam, quem é o ser humano por detrás da minha referência.T alvez isso implique correr o risco de me apaixonar. Pensado bem no assunto, és uma pessoa que admiro, uma pessoa com coisas para ensinar e, decobri agora, com coisas para aprender comigo. Isso pode, efectivamente, ser apaixonante! Ou não, pode ser apenas sinónimo de uma boa conversa, uma boa amizade, um bom momento.

Não adivinho o futuro, nem quero, porque, na verdade, já nenhuma destas hipoteses me assusta!

Quero correr esse risco!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Chata como a potassa

Não consigo parar esta busca incessante pelas palavras mágicas, que à semelhança de umas outras, me levem ao meu desejo.

Acho que temos o nosso Q de cão de Pavlov que, num reflexo condicionado, já salivava, ao ouvir a campainha, mesmo quando esta já não acompanhava a habitual comida.

Será possível ainda surpreender depois de 10, 20, 30 e-mails? Poderão as palavras ser como a música que, com apenas 7 notas, se continua a reinventar e a surpreender? Poderão 23 letrinhas ajudar a reinventar-me?

Tento variar, para não te cansar. Não posso continuar a falar na puta da reunião que foi adiada, na puta da sociedade que me oprime ou na puta da tua fama que me abafa.

Mas é mesmo isso que só me apetece dizer: PUTA PUTA PUTA!!!!
Puta da saliva que já me está a desidratar!
Puta da TMN que não deixa o meu telefone tocar!
Puta da internet que não faz um mail chegar!
Puta da tua parede, onde me queria colar, só para te fazer lembrar!
Puta da minha cabeça, como a potassa, só a chatear!!!

sábado, 7 de novembro de 2009

In Love

Andava meia adormecida, talvez devido a uma rasteira que a vida me tinha pregado. Anestesiei-me a mim própria e deixei-me levar por esta letargia, tão confortável, como um dia de Domingo passado em frente ao televisor.

E de repente surges tu. Ou surjo eu?
Não é tão linear assim perceber como voltei à tona. Se me trouxeste tu, se me insurgi eu. Avisas que me posso apaixonar e assustas-me. Assustas-me porque tens razão. De repente, sinto-me apaixonada. Não como, não durmo e fantasio de forma quase alucinada.

E é aí que percebo que foste tu, mas não foste. Tu já existias no meu mundo. Surgias-me todos os dias das mais diversas formas e, sim, foste o incentivo para este meu devaneio. E re-incentivaste-o prestando-lhe atenção. Percebeste que eu existo e isso fez-me também perceber que existo.
E entao sim, senti-me apaixonada. Apaixonada pela minha coragem, pela minha loucura e pela minha lucidez. Talvez seja um pouco nascista, mas haverá coisa melhor que sentires que sim, que queres passar o resto da tua vida contigo próprio, com aquilo que és e com o que queres vir a ser.

Há gente que passa uma vida inteira a procurar esse sentimento.
Há até gente que não se suporta a si mesmo.
Há gente que desiste a meio caminho.

Eu encontrei-me!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Para Ti

Olá Bem-vindo! Este é o meu blog. Já sei que detestas o nome. Acho que é coisa de gaja. Na minha pequena sondagem, as raparigas adoram o nome, os gajos detestam. Talvez os gajos sejam mais honestos.... Grande parte dos textos já os conheces e em muitos outros te reconhecerás. Devo já avisar-te que aquilo que te espera nem sempre é bonito. Aqui se encontram muitas palermices, muitas lamechises (devem ser das hormonas - a eterna desculpa), muitos desabafos e muitos “enche chouriços” que utilizo quando me deixo cegar pela ambição do crescimento das visitas, mas me seca a fonte. Também encontrarás um pouco de non-sense, este deve-se ao facto de utilizar muitas vezes esta minha arma como uma forma de enviar mensagens específicas, sobre assuntos específicos, a pessoas específicas.

Ainda assim, este blog é o meu reflexo. Ou parte dele, já que somos tantas e tantas coisas que, algumas, nem sempre nós próprios reconhecemos ou admitimos. Seria difícil reflectir esse lado mais obscuro ou inconsciente nos meus próprios textos.

Devo confessar-te que ao reler-me, nem sempre me reconheço. Não reconheço as palavras ou aquilo que descrevem. Entre os meus dedos e este mundo virtual, algo ganha vida própria.

No entanto, no final, esta sou eu, munida de armas e (confesso que só às vezes, porque sou muito preguiçosa) maquilhagem!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Aventuras em Madrid

Tenho andado a apanhar uma seca de todo o tamanho, aqui em Madrid, sempre à espera que as pessoas me dêem atenção. Aqui também não se cumprem os horários das reuniões!
Nem novidades nos blogs tenho para ler... Estou a desesperar com a falta do que fazer...
O resto também não tem corrido muito bem... Trouxe roupa relativamente quente, mas aqui está realmente um frio do caraças, precisava dum casaco de inverno à seria! Tenho sofrido muito com o frio...

Armada em esperta, pedi para ficar num hotel no centro da cidade que é tão fashion, tão fashion que parece um verdadeiro labirinto. Encontrar um qualquer quarto nesse hotel é quase uma aventura. O meu, é o último do labirinto!
Passo portas e corredores infindáveis até lá chegar. Ontem,andei com uma dor de barriga até ao regresso ao hotel. Tenho dificuldades em utilizar as casas de banho daqui do escritório. Ao chegar ao hotel, depois de correr o infindável caminho, já muito apertadinha, a porcaria do cartão não abria porta! Toca a passar o labirinto, os corredores, as portas, todas outra vez, munida de portátil e mais uma data de coisas que agora não interessam nada, mas que ontem estorvaram muito, até à recepção. Só te tenho a dizer que foi por muuuuuuito pouco...

Hoje acordei feliz da vida, pensando, que tinha lavar este cabelito, para que, aqui, no escritório de madrid não pensem que sou uma desleixada. Isto porque, ainda não contei, mas ontem vim com umas calças que já me estão largas e, para ajudar, a meio caminho, perdi a porcaria o botão!!! Andei todo o dia entre dois factos: puxá-las para cima e andar de rabo à mostra. Continuando, já me estava eu a preparar para lavar o meu cabelinho e eis que me apercebo: onde está o secador??? Porra, com este frio e sem casaco, não me arrisco a ir de cabelo molhado. Lá vim com o meu cabelinho todo escorridinho.
Claro que, descobri, entretanto, que o único quarto sem secador é mesmo o ultimo do labirinto!!!

Apetece-me dizer todos os nomes que conheço! Quero a minha casinha!!!!
"Para qualquer triunfo há que estar preparado para uma derrota maior"

Pedro Paixão
in O mundo é tudo que acontece

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Preliminares

Tenho esta teoria de que os preliminares, para uma mulher, começam muito antes até do primeiro beijo!
O verdadeiro turn-on para nós, é uma boa conversa, uma pessoa inteligente, um conjunto de circunstâncias. Claro que a tudo isto há que adicionar uma técnica. Mas técnica sem táctica não resulta.
Não é um "excitas-me muito" que nos excita. É um "és inteligente" que nos liberta a libido.
Por muito que alguém já nos tenha excitado, encantado, admirado, toda essa recordação ou sensação se desvanece se depois de minutos, horas, dias ou meses de silencio apenas nos perguntam "hoje?".

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Silêncio


O silêncio é sobre-estimado e sub-valorizado.

O silencio redimensiona, em ambos os sentidos.

Eu gosto do silêncio.

Gosto de chegar a casa e estar cinco minutos sem ligar a tv, o rádio ou ipod e sem atender o telefone. Esse silencio é o suficiente para minimizar o longo dia, os problemas e a puta da rotina.

Eu não gosto do silêncio.

Não gosto quando não tenho assunto, não gosto quando não sei uma resposta, não gosto quando é contrangedor.

Gosto do silencio.

Gosto quando faço Yoga apenas ouvindo e controlando a minha própria respiração.

Não gosto do silêncio.

Não gosto quando não me dão uma resposta, mesmo que seja a uma pergunta retórica.

O silêncio liberta-nos.

O silêncio prende-nos.

O teu silêncio liberta-me das expectativas.

O teu silêncio prende-me aos porquês.

O silêncio pode ter várias interpretações. Sem nada dizer, podemos dizer tudo!

Podemos enviar uma mensagem ao mantermo-nos silenciosos ou podemos pura e simplestemente não ter nada a dizer. Podemos ser apenas cobardes ou podemos ser muito corajosos.

Eu sou muito corajosa se não respondo àquele paspalho que não me deixa seguir a minha vida.

Tu és muito cobarde, por não me dizeres "sua paspalha, segue a tua vida!".

Não sei lidar com o teu silencio... Fico presa às minhas próprias palavras, aos passos que dei em falso ou aos passos certos que terás dado. É mais cruel o silêncio que a nua e cruel verdade.

Sem palavras, é mais facil agarrarmo-nos à mentira, às desculpas, à ilusão...

Com palavras é mais fácil libertarmo-nos e recordarmos apenas o que foi bom...

Sem palavras é mais dificil não cobrar, não insistir, não sonhar...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O lixo dá sempre à costa


Mesmo que o atiremos ao alto mar, como quem tapa o sol com a peneira, há sempre uma maré que o traz de volta!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Rapazes desta vida!


Tenham muuuuito cuidado com aquilo que dizem, escrevem ou enviam a uma rapariga.


Por mais que já nos tenham dito que, para vocês, tudo é preto no branco, nós vamos sempre analisar o mais infimo pormenor. Desde a escolha do momento para o dizer, até a tipo de letra utilizada!

sábado, 24 de outubro de 2009

E afinal é tão fácil!

Não interessa o politicamente correcto, não interessa o que os outros pensam, deixa até de interessar aquilo que, eu própria, vou pensar no dia seguinte.
Os meus impulsos fazem parte de mim mesma, daquilo que sou e da minhas conquistas. E é tão bom poder passar a ser eu própria e reger-me apenas pela vontade e não pelo que me impõem.

Não mandar um mail e já mandei!
Não vou a casa dele e já lá estou!
Não vou ceder e já o quero!
Não vou escrever lamechices e já escrevi!

E, de repente, descubro a minha arma e passo a usá-la e a sentir que conquisto o mundo! Esqueço os números, o trabalho, a agenda. As palavras começam a dançar na minha mente e tudo deixa de ser urgente, até que sejam ordenadas, seja num papel, no computador ou até no telemóvel. É urgente ordená-las e permitir que, eu própria, as entenda.E as mensagens mudam a cada dia. Um dia surgem-me como praticas, noutro como corajosas, noutro como impacientes e, às vezes, demasiado sentimentalistas. Porque, no fundo, é assim que eu sou, cada um dia uma mulher diferente, cada dia uma disposição diferente, cada dia eu e só eu!

Vou escrever, mas não vou revelá-las e já as declamei!

E porque não? Porque não mostrar ao mundo que muito tenho para dizer e muito tenho para fazer?

E assim descubro uma nova vida, em que posso dizer, fazer, sentir, única e exclusivamente, o que quero! Em que cada momento é saboreado como se do ultimo pedacinho daquele chocolate se tratasse.
Que importa o dia de amanhã? O que importa é o hoje e como vivê-lo a 100%.
E só assim passa a fazer sentido!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

E se eu te disser...

E se eu te disser, que sempre te quis conhecer, mas sempre imaginei apenas um "olá, tudo bem? Que pensas da vida?"
E se eu te disser que nunca imaginei conhecer o teu toque, saborear o teu beijo ou embalar-me no teu corpo...
E se eu te disser que me encantam as tuas teorias, como a do álcool que afinal tem um efeito inverso em ti...
E se eu te disser que me deliciam as tuas pequenas manias, como os recados que colas, para ti mesmo, na parede, o chá que passas a vida a beber, ou a forma como lês antes de dormir...
E se eu te disser que não há melhor elogio que o teu, quando me deixas aproximar através da minha escrita...
E se eu te disser que me impressiona a forma como dás uma noticia constrangedora...
E se eu te disser que me cativa a forma como me abraças durante 30 segundos, para depois deixares que adormeçamos os dois, sentindo apenas o calor entre os lençois...
E se eu te disser que tem ainda outro sabor o teu beijo, ainda ensonado, sem uma queixa por te ter acordado...
E se eu te disser que sei que tens mais que fazer e eu deveria ter mais em que pensar, mas que te escrevo este texto para te dizer, pura e simplesmente, que tenho saudades tuas...

sábado, 17 de outubro de 2009

Provaste-me que nada é impossivel!
E assim, criaste mais um sonho...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Basta

Não sei de ficar de braços cruzados. Sempre, em toda a minha vida, ao delinear um objectivo, fosse ele qual fosse, eu fiz tudo o que estivesse ao meu alcance para alcançá-lo. Sou assim de feitio, de espírito, pela formação, a educação e por principio. Se surge uma dificuldade, eu arregaço as mangas e lanço-me aos bichos. Isso faz-me de mim uma vencedora, que conseguiu chegar onde queria, nos mais diversos campos, desde a faculdade, ao emprego, às amizades e à família.
Só num campo não sou assim. Passo a vida a ouvir, que entre um homem e uma mulher, só há dois papeis possíveis. O homem decide, enquanto a mulher espera de braços cruzados. Sejam amigas, sejam revistas, há até um livro sobre isso e as mensagens são claras:
- Se o homem não olha, desiste...
- Se o homem não telefona, desiste...
- Se o homem está cansado, desiste...
- Se o homem está a trabalhar, desiste...
E este "desiste" não significa parar de ter iniciativa, parar de lutar, porque a mensagem é clara, a mulher NUNCA deve tomar qualquer acção. O "desiste" consiste apenas em deixar de pensar no assunto, "partir para outra"...
Não sei ser assim, essa não é a minha natureza, mas a puta da sociedade abafa-me e confunde-me. Não se pode dizer "gostei de estar contigo" ou "quero estar contigo outra vez", porque vindo de uma mulher, isso será sempre interpretado como carência, humilhação e até desespero. Deixo-me confundir entre mim e o que dizem os outros e numa tentativa de lutar contra uma das coisas ou, talvez, conciliar as duas, acabo por revelar o contrario daquilo que sou. Se por um lado, não consigo evitar o meu impulso, por outro acabo por achar que tenho que o fazer, mas sob um pretexto farsola. Arrependo-me do pretexto farsola e crio um ainda mais farsola para justificar o primeiro. Caio completamente no ridículo e transformo tudo num ciclo vicioso, até chegar ao ponto de parecer chata e desinteressante.
Hoje resolvi dizer basta!
Quero dizer o que penso, quero dizer o que sinto!
Quero viver esta historia!
Porque não posso eu dizer, no momento em que o sinto, que gostei de te conhecer? Que superaste as minhas expectativas? Porque tenho eu que ter cuidado com o teu ego? Porque não havemos todos de preencher e voltar a preencher ainda mais, o ego daqueles que são genuínamente interessantes? Não seria o mundo muito melhor, se utilizássemos todos a frontalidade, hoje em dia tão em voga, não apenas para criticar ou para justificar faltas de chá, mas sim, para nos elogiarmos mutuamente? E, se o fizer, porque tenho que esperar X tempo para o fazer?
Sou uma melhor pessoa se me reconhecem qualidades, se me elogiam. Fico mais sorridente, mais feliz e até mais produtiva. E seria ainda melhor, se mo dissessem sem pudores e quando realmente fizesse sentido. Ter que esperar retira toda a espontaneidade e torna-o menos verdadeiro.
Tenho a certeza de que, se não fosses famoso e, te tivesse conhecido numa outra qualquer circunstancia, a minha tarde não teria sido menos divertida. Mas és e só, por isso, parece que não to posso dizer. Porque serei apenas mais uma fazê-lo. És famoso e a puta da fama também me abafa. Deixa-me insegura. Estupidamente, faz-me sentir mais pequenina. Mas eu não sou mais pequenina, porque dou também um grande contributo ao mundo. Não toco tantas pessoas ao mesmo tempo, toco num circulo mais pequenino, mas de forma mais próxima e, sobretudo, muito genuína.
Se a sociedade já nos faz sentir medo de dizermos o que pensamos, a fama aterroriza. Por isso, deixo de dizer que tive uma boa conversa e que quero mais! Quero conhecer mais, dar a conhecer mais, ter uma amizade, uma paixão, um amor, o que daí puder advir, mas ter algo, sem subterfúgios, sem atalhos, sem falsos pretextos. Porque não sei ser assim e quando tento sê-lo, vou de tal forma contra o que sou, que deixo, efectivamente, de sê-lo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Por mais que me esforce...


... não consigo descer!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Momento Kodac


Revejo cada minuto que passámos juntos, recordo cada gesto, cada palavra, na esperança que a mente não me traia e não me deixe esquecer o mais ínfimo pormenor. Inspiro para sentir o teu cheiro outra vez, para que, para sempre, fique colado a mim...
Não como, nem durmo... Descanso na lembrança do teu abraço e alimento-me das tuas palavras... "Apeteces-me", sussurras-me...
Quero sentir tudo outra vez, e mais uma vez, e para sempre, nem que seja pela simples memória de uma tarde, já quase de Inverno...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

domingo, 4 de outubro de 2009

Falsos Moralismos

Não fumo, nem bebo.
Sou organizada, arrumada e aprumada.
Sou muito atenta e observadora.
Sou sempre humilde e nunca falo mal dos outros.
Tenho cuidado com a alimentação e faço desporto.
Conduzo exemplarmente, nunca me perco e tenho um excelente sentido de orientação.

Não tenho nenhuma destas qualidades, mas tenho uma que poucos têm, reconheço e assumo todos os meus defeitos e, a cada dia, tento melhorar.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Out of Market


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Sorry...

O meu blog está a transformar-se num auntêntico "citador"... graças à falta de tempo e à genialidade dos outros...



quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Uma dor de cada vez basta

"Apago todas as mensagens. Menos as tuas. Guardo a tua voz em pequenas doses e, dia sim dia não, ouço-as todas de seguida. Sinto-me demasiado incapaz para falar contigo o que quer que seja. Não sei onde estás. Não quero saber. Tenho medo de saber mais do que sei.
Uma dor de cada vez basta."


Por Pedro Paixão, in saudades de nova iorque

quarta-feira, 23 de setembro de 2009



Please keep fighting

Please keep falling

Please keep trying

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pergunto-me...


Qual, de nós os dois, vai mudar de ideias desta vez?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Too tired



para escrever alguma coisa!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Amor

"O amor é fodido.Hei-de acreditar sempre nisto.Onde quer que haja amor, ele acabará, mais tarde ou mais cedo por ser fodido. É melhor que morrer. Há coisas como o alcóol e os livros, que continuam boas. A morte é mais aborrecida. Por que é que fodemos o amor?Porque não resistimos.É do mal que nos faz.Parece estar mesmo a pedir. De resto, ninguem suporta viver um amor que não esteja pelo menos parcialmente fodido. Tem de haver escombros. Tem de haver esperança. Tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz. Um amor só um bocado fodido pode ser a coisas mais bonita do mundo."


Por Miguel Esteves Cardoso in "O amor é fodido"

quarta-feira, 16 de setembro de 2009


terça-feira, 15 de setembro de 2009

HOJE SÓ ME APETECE GRITAR


...todos os nomes que conheço e desconheço!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Post Scriptum


A maior parte das vezes, a parte mais importante na mensagem escrita por uma mulher, está no P.S.

P.S. - se nao estiver nas entrelinhas

quinta-feira, 10 de setembro de 2009



"Don't tell a woman she's pretty; tell her there's no other woman like her, and all roads will open to you" Renard, Jules

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Off


Basta uma palavra, uma conversa, um pequeno pormenor... Por vezes, nem eu consigo identificar o quê...

Aquilo que eu acredito piamente que quero, aquilo que vivo intensamente, aquilo que sinto com todas as minhas forças... de repente, deixa de fazer sentido, de ser sentido, de ser querido...

Um click e todas as minhas motivações se desvanecem, tudo deixa de existir...

Voltei a desligar esse interruptor. Capitulo encerrado. Life goes on. Click!

domingo, 6 de setembro de 2009

Escrevo mais e melhor...


... quando estou triste!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"Não sei amar pela metade; nunca soube. Aliás, não se trata só de amor, mas de qualquer tipo de sentimento. Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre"."


Gabriel Garcia Marquez

quarta-feira, 2 de setembro de 2009



terça-feira, 1 de setembro de 2009

Buscas no Google

Uma das coisas que mais me diverte, nisto de ter um blog, é perceber como é que algumas pessoas cá chegam. As buscas no google que muita gente traz cá são, muitas das vezes, surreais.
A mais frequente busca que leva as pessoas a este modesto blog é “como excitá-lo”. Aparentemente, ainda há pessoas qyue acham que a resposta a essa questão pode estar escrita nalgum lado. Perdoem-me pela frustação que devem sentir, já que eu não dou esses ensinamentos por aqui…
Agora a melhor busca de todos os tempos foi “soutiens encardidos”!!!! Mas quem é que quer saber de soutiens encardidos?!? Alem disso, por aqui, até se podem usar soutiens da trisavó, pouco sexy’s, mas muuuito confortáveis e sempre, mas sempre muito limpinhos!!!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

I Don't Want to Talk About it

... how you broke my heart!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Elogio ao Amor

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio,não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Por Miguel Esteves Cardoso, crónica do Expresso