segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Abstinência...

Agora está na moda esta coisa das amizades coloridas. Duas pessoas sozinhas, que se entendem e que, sem compromissos ou ligações emocionais, satisfazem as necessidades mais básicas uma da outra.


Dizem que, sobretudo para uma mulher, os preliminares começam muito antes de um beijo ou uma caricia. Concordo. Uma boa conversa, uma boa gargalhada, uma mente aberta, é meio caminho andado para se adivinhar um sexo fantástico.

Também há os que, o contradizem, afirmando que a amizade é um anti-afrosidisiaco. Quantos casais ouvimos dizer que terminaram uma relação, porque afinal já só se sentiam amigos? Tretas. Esta desculpa começa já a ser tão classica como aquela do "problema sou eu, não és tu". Deixaram de ter tesão. Ponto. Continuam a sentir carinho e admiração, mas algures na sua rotina, perderam a tesão e não há amor que resista a isso. A amizade sim, resiste!



Depois há os que distinguem o fazer amor do fazer sexo. Esta não percebo. Segundo me explicam, faz-se amor quando se está apaixonado, sexo quando não se está. Já experimentei das duas formas e a mim parece-me igual. Sexo é instinto, é animalesco, é à bruta. Tento imaginar a diferença que encontram essas pessoas e não consigo. Será que em vez de outras coisas que me ocorrem agora, bastante interessantes, dizem "amo-te"? A mim não me convence. "Amo-te" sabe bem, nesse momento pos-coital, já em conchinha, "Amo-te muito, meu amor. Agora dorme bem." A meio do processo acho que não aquece nem arrefece.



Nós, mulheres do seculo XXI, tentamos adaptarmo-nos a estas novas tendências. Queremos ser iguais aos homens. Queremos ser independentes financeiramente e emocionalmente. Queremos ser capazes de pensar que hoje vamos dar uma queca fantástica e amanhã estamo-nos a cagar. E com tanta emancipação acreditamos que somos capazes.

No entanto, a verdade é que a especie evoluiu, nós emancipámo-nos, passámos a aceitar as nossas necessidades (graças a Deus), a trabalhar, a esquecer as lides da casa e a ter empregada, mas assim que abrimos as pernas, há uma qualquer zona no nosso cerebro, resquicio desta ainda incompleta evolução que nos faz ficar parvinhas!



Apaixonadas ou não, a verdade é que no dia seguinte não nos estamos a cagar. No dia seguinte, estamos preocupadas com aquilo que homem estará a pensar. Temos que receio que nos veja como "uma ganda maluca", sentimos necessidade de perceber se o dito cujo sabe que somos mais que isso. Apaixonadas ou não, temos esta necessidade mesquinha que o homem perceba que somos inteligentes, ou carinhosas, ou engraçadas, ou interessantes, que reconheça, pelo menos uma qualidade que não esteja relacionada com o sexo. O gajo até pode dizer que somos as melhores na cama. Não nos chega.



Acredito na atracção entre amigos, compreendo o sexo sem paixão, concordo que pode existir sem qualquer compromisso. Naquele momento, pode ser fantástico! Mas, depois, não me venham com tretas, o sexo estraga tudo! Nada ficará igual depois e, nós, mulheres do seculo XXI, continuamos a ter essa merda que chamam de complicómetro, e que é accionado ao primeiro toque!



Não gosto de ser complicada, não gosto de ser emocional, não gosto de ser dependente.

E, por isso, aqui anuncio e, por baixo, assino, que, de hoje em diante, vou dedicar-me à abstinência!!!

2 comentários:

Amiga invisível disse...

Muito Bom (:

(Venho agradecer a visita e o comment).

Voltarei,

Abraço,

Amiga invisível

Nuance disse...

Não valia a pena agradecer.

Obrigada :)