sexta-feira, 21 de maio de 2010

Do chão não passa

Há merdas que não mudam. Damos o recado, ignoramos, trinta por uma linha e lá vem a gaja outra vez, com lamechices para as quais, pura e simplesmente, não há pachorra.


Ou irrita ou dá-nos igual, mas mesmo assim, lá vem e bate no ceguinho, uma e outra e outra e outra vez.

Esqueceu-se dos autocarros, da genuidade, da espontaneidade... esforça-se demasiado.

Ora aponta os defeitos, ora põe-nos no altar.

Um dia dissemos, continua lá escrever que, às vezes, até é giro. Mas um dia deixou de ser. Como a tal lei de Peter. E no fundo como toda a lei da vida. Crescemos, crescemos, até chegar ao ponto que paramos. Paramos em altura, na adolescência, paramos na maturidade algures numa idade avançada. Paramos no trabalho até nos tornarmos incompetentes, paramos no engate, até termos o que procurávamos ou até esgotarmos as melhores deixas e paramos na escrita quando começa a ser mais do mesmo.

Paramos até no tempo. Às vezes na relação que não deu certo. Outras nessa pessoa que não deu azo. No emprego que não progride, na tal zona de conforto que nos entristece ou, pelo menos, não nos alegra. Robôs, que passam a saber sobreviver e esquecem-se de viver.

Eu parei aqui... Dou uns passos à frente, mas basta um dia e volto a recuar. Volto ao mesmo sitio.

E esse sitio é o que encontro fora da minha zona de conforto, é o meu bungee jumping sem elástico, o meu trapézio sem rede. Ou talvez não... já se perdeu tanto, que nada mais há a perder. Do chão não passa.

1 comentário:

Su m disse...

Que post interessante.
E depois de tudo o que disseste, só posso dizer que por vezes paramos... para depois recomeçarmos ;)

Grande beijoka