sexta-feira, 19 de março de 2010

Crónicas da minha vida - As crises

Nalgum momento da nossa vida todos nós temos uma crise. Daqueles existenciais. Cheias de "porquês", "como" e "quandos". Momentos em que nos sentimos tristes ou pensativos ou deprimidos.


Este tipo de crises surge normalmente quando fazemos anos, os 30, os 40, os 50, quando casamos, quando temos filhos ou quando chega o tempo de os ter, quando perdemos algo ou alguém importante. Acho as denominadas crises acontecem nos verdadeiros marcos das nossas vidas. Tenho em mim que, ao contrário do que muitos possam pensar, sobretudo aquelas que estejam agora a passar por uma, a crise é uma coisa boa. A duvida, existencial ou não, serve unica e exclusivamente para nos obrigar a fazer um balanço. E este balanço não serve para pura e simplesmente enumerarmos as coisas menos boas. Muito pelo contrário, serve para ver o que podemos melhorar. E como. E quando.

Eu tive uma crisezinha quando fiz 25 anos. Eu sei é uma idade estúpida. A minha ficou a olhar com cara de parva para mim quando lhe falei nisto. Porquê aos 25? A verdade é que quando se começou a aproximar o meu vigésimo quinto aniversário, lembrei-me da miudinha de 15 anos, que se achava já uma grande adulta, com a sua malinha tiracolo. Nessa altura, os 25 pareciam longe. Uma distância de 10 anos. Dois terços do que tinha vivido até ali. E a verdade é que aos 15 anos, eu imaginava que aos 25 teria já TUDO. E quando os ditos chegaram, eu não tinha nada. Vivia com os pais, trabalho precário, faculdade por acabar. tudo, tudinho ao contrário. Fiz o meu balanço, assumi a minha culpa, identifiquei todos os passos errados. Redefini objectivos e tracei o meu caminho.

Agora, passados (quase) 5 anos, não tenho tudo, não senhora. Sinto que falta ainda muito e ainda bem. Mas também já conquistei muito. Curso acabadissimo, bom trabalho, apesar daquilo que me queixo, tenho noção que tenho um bom emprego, uma casa pela qual estou apaixonada (acho mesmo que é a minha paixão mais duradoura) e aquilo que tantas vezes já aqui falei, os melhores amigos e uma família fantástica.

Ainda me faltam uns mesinhos para os 30 e, se agora ainda não tive essa famosa crise, também não posso garantir que não venha a ter. Mudanças de humor bruscas é o meu forte. já para não falar nas micro crises que tenho, vá, uma vez po mês, para poder usar a famosa desculpa. Não sei, nem vou conseguir saber até lá, mas por enquanto, sou feliz e é tudo o que importa.





Este texto é para ti, que andas um bocadinho em baixo estes tempos.

2 comentários:

Su m disse...

Eu percebo isso dos 25, também eu em adolescente pensava nessa idade como a idade Adulta.
E qual não foi o meu espanto ao chegar lá e pensar "Então mas isto quer dizer que já sou adulta?"

As crises fazem parte da aprendizagem como pessoa, como ser humano. Por vezes são boas, mas outras não tenho tanta certeza.

Bravo disse...

Bravo.