quarta-feira, 10 de março de 2010

Melancolismo

Este é capaz de ser um dos textos mais pessoais que coloco aqui e resulta de um comentario ao post anterior.
O comentario não trazia novidades, nada que nunca me tenham dito, nem nada que eu nunca tenha pensado, mas assim, escrito, preto no branco deu-me que pensar. Fez-me sentir despida, como se alguem tivesse aqui vindo e tirado a minha máscara. Já uma amiga me diz sempre e até já o pôs, também num comentario, que eu tenho, realmente, alma portuguesa. Eu, aquela que, no nosso grupo de amigas foi a única a fazer erasmus, a que tem familia nos 4 cantos do mundo, a que fala 4 linguas e aquela que melhor carrega no nosso tipico fado.
Sou melancolica quando falo de amor. E é verdade. As minhas experiencias e aquilo que vejo à minha volta, salvo raras excepções, para isso contribuem. Não acredito, essa é a verdade. Deixei de acreditar e passei a ver tudo de forma muito mais leviana. Às vezes tento acreditar, juro que tento. E quem me conhece, sabe-o. Tento-o até demais. Mas já não consigo.
A minha historia não é feliz e a dos que me rodeiam tampouco.
À minha volta só vejo traições, comodismo, pessoas com demasiado medo de ficarem sozinhas para tentarem ser felizes e por isso eu desisti.
Não me considero uma pessoa melancólica por natureza. Creio que não o sou no meu dia-a-dia. Acreduto em muitas outras coisas para o ser. Acredito na amizade, que tenho como poucas, no trabalho, mesmo quando me queixo, na familia, da qual, às vezes também me queixo e isso basta-me para ser feliz. Basta-me porque não acredito que exista algo mais.
Ainda assim, gosto de ecrever sobre sentimentos, sobre relaçõse, sobre o homem e sobre a mulher. Acho até que não saberia escrever sobre outra coisa. Mas a minha perspectiva não permite escreve de forma alegre ou de forma desprendida. Pura e simplesmente, porque não é isso que eu conheço, nem é nisso que acredito.

2 comentários:

Su m disse...

Tal como suspeitava.

É verdade que o ser humano por norma "vê" o mundo segundo a sua prespectiva. Prespectiva esta que se forma segundo as suas próprias vivências e experiências.
Lamento que a tua história passada não seja feliz, mas julgo - e é muito mais fácil falar estando de fora - que devias pensar na história que ainda está por concretizar.
E se tudo o que vês à tua volta te parece assim... bom, talvez seja hora de começares a olhar para outros sentidos.

Com tudo isto só quero dizer que, por vezes as coisas realmente são más, mas muitas vezes se nos obrigarmos a espreitar pela janela pequenina da sala escura, talvez consigamos ver um jardim amplo lá fora. E é então que temos de nos forçar a, pouco a pouco, descobrir a porta para lá chegarmos.
Espero sinceramente que consigas encontrar a tua porta.

Ritita disse...

És uma menina para te render assim ao melancolismo do amor. Tens muito mais para viver do que aquilo que pensas. Sempre ouvi dizer que a vida começa aos 30, por isso, minha querida a tua ainda não começou! E eu acredito que um dia vais viver um grande amor que te fará rever este sentimento! Acredito MESMO!