quinta-feira, 25 de março de 2010

Medos e medinhos


Uma das coisas que nos aterroriza e eu não sou excepção - muito pelo contrário - é falar do que sentimos.
Às vezes é fácil, um gosto muito de ti ou tenho saudades tuas, mas só porque temos a certeza certezinha absoluta sintética e analítica que é reciproco. E que vai parecer bem. E até vai ser giro.
Quando a coisa não flui de forma suave, é difícil, muito difícil. Sentimos que é uma fraqueza e que verbalizá-lo nos torna mais fracos. As fraquezas, essas, não deixam de estar lá, mas expô-las assusta-nos. Deixar as nossas fragilidades à vista de todos, ou até mesmo, apenas de quem importa, parece-nos perigoso. Como se fosse condição suficiente necessária para que nos pusessem o dedo nas feridas.
Nem sempre entendo porque um sentimento é considerado uma fraqueza. Racionalmente, em determinadas situações, até deveria ser ao contrário. Não ter um sentimento associado a determinadas acções, seria frio, leviano, demasiado inconsequente. E ainda assim, tenho medo.
Às vezes apetece-me dizer que tenho saudades. Tão só que tenho saudades. Saudades do que outrora vivi e do que outrora senti. Tão só, saudades. Mas tenho medo...

3 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem que já te apetece !
Está muito bom este texto !

Nirvana disse...

Eu não tenho medo de demonstrar os meus sentimentos às pessoas de quem gosto, aos meus amigos. Dizer-lhes que gosto. Mostrar-lhes as minhas fraquezas. Até porque eles as conhecem.
Quando lido com quem não conheço, ou não conheço tão bem, aí é mais difícil, sou geralmente reservada.

Mas uma coisa que aprendi e que decidi mudar foi não dizer gosto ou sinto falta a quem o quero fazer por medo da reacção. Cheguei à conclusão que tenho muito pouco a perder.

Beijinhos

Cate disse...

Compreendo-te. Adorei o texto.